Durante a tarde do segundo dia da XVII Plenária Nacional, foram debatidas e votadas as resoluções de conjuntura nacional e internacional, um dos momentos mais importantes da reunião que acontece na capital maranhense.
Fenajufe independente e de luta
Em relação à conjuntura internacional, confrontaram-se duas propostas sobre a atuação da organização dos servidores do Judiciário Federal e do MPU: uma defendida pelo campo formado pelas centrais sindicais CUT, CTB e independentes, e outra, pelo movimento Luta Fenajufe.
Entre as diferenças, o primeiro conjunto de propostas defende a independência do movimento sindical frente aos governos, ressaltando que não é possível direcionar a mesma força de resistência a governos imperialistas e a governos populares. 'É preciso tratar de forma diferente governos como o dos Estados Unidos e governos eleitos por projetos populares, como na América Latina', disse Marcelo Carlini, do Sintrajufe/RS.
A segunda proposição defen-deu a resistência dos movimentos populares e dos trabalhadores contra os governos e o capital.
A primeira proposta venceu por 75 a 73 votos.
Conjuntura nacional
Sobre a conjuntura nacional, cujos reflexos sobre as lutas da categoria são sentidos de modo mais imediato, novamente duas propostas foram à votação.
A encampada por delegados organizados na CUT, CTB e independentes, ressaltava a necessidade de se cobrar do governo Dilma uma outra política. A proposta de resolução destaca o caráter economicista do governo Dilma, ressaltando que essa postura diferente em relação ao governo Lula teve como razão a crise internacional, mas que é preciso lutar para defender os direitos dos trabalhadores: 'A alteração desse rumo passa pela organização da classe trabalhadora. É preciso combater as privatizações e defender a Previdência', afirmou Jean Loiola, da direção da Fenajufe.
A outra proposta, do movimento Luta Fenajufe defendia total independência em relação ao governo Dilma. Saulo Arcangeli, também da coordenação da Federação, fez a defesa, afirmando que o governo atual é um governo de continuidade em relação aos anteriores. 'Em 2003, Lula, mesmo sem a crise, aprovou a reforma da Previdência contra os trabalhadores. Aqui não é a pauta do governo, mas a pauta dos trabalhadores', pontuou.
Ambas as propostas de resolução foram aprovadas, com 74 votos cada.
Plenária aprova luta contra o pacto social e contra o Código Florestal
Os delegados da XVII Plenária aprovaram ainda resolução contra o pacto social, que sacrifica os trabalhadores e mantém os lucros dos patrões. Destaca-se na resolução aprovada a crítica à política de industrialização do governo, que em linhas gerais se resume à transferência do dinheiro público para os empresários.
Também foi aprovada Resolução que defende o veto total presidencial à proposta do novo Código Florestal, aprovado pelo Congresso Nacional e que, entre outros malefícios, anistia desmatadores, incentivando a degradação ambiental promovida pelos latifundiários.
Destaques das resoluções aprovadas
Conjuntura Internacional
* Para defender os trabalhadores e as nações contra os efeitos destrutivos da crise e impulsionar uma contraofensiva, mais do que nunca é necessária a independência de classe das organizações sindicais diante das armadilhas 'participativas' montadas para neutralizá-las e comprometê-las com a salvação da crise.
* A Fenajufe deve ser contra qualquer 'pacto' ou 'consenso' com os patrões que vise a redução ou flexibilização de direitos e salários em nome de uma crise pela qual os trabalhadores não são responsáveis.
Conjuntura Nacional
Proposta 1: * Como federação independente, a Fenajufe deve ter uma visão lúcida sobre a evolução recente do Brasil e junto com a CUT, apresentar suas próprias posições e propostas para defender a nação e sua principal força produtiva, a classe trabalhadora, dos efeitos da crise!
Proposta 2: * A 17ª Plenária Nacional da Fenajufe reafirma seu apoio a todas as lutas e chama à construção de um plano de ação que unifique, em uma jornada comum, todas as mobilizações contra as políticas anti-trabalhador do governo Dilma e da burguesia.
Fonte: Fenajufe