Acesso Funcionarios

Notícia postada dia 15/03/2012

Notícia postada dia 15/03/2012

Durante Jornada Nacional de Luta, entidades dos servidores têm segunda reunião no MPOG

Durante Jornada Nacional de Luta, entidades dos servidores têm segunda reunião no MPOG

Governo continua sem dar resposta à pauta de reivindicações da campanha salarial. Secretário volta a falar em austeridade e necessidade de prolongar debate até agosto

 

BRASÍLIA – 15/03/12 – Nesta quarta-feira [14], dirigentes das entidades nacionais dos servidores federais tiveram a segunda reunião com o representante do Ministério do Planejamento na Mesa Nacional de Negociação, o secretário de Relações do Trabalho Sérgio Mendonça. O encontro das 31 entidades, que fazem parte do Fórum Nacional dos Servidores Públicos Federais, aconteceu numa semana em que, em todo o país, o funcionalismo participa da Jornada Nacional de Lutas, exigindo do governo o cumprimento de sua pauta de reivindicações e a retirada, do Congresso Nacional, de projetos que atacam os interesses dos trabalhadores.

 

O tema central da reunião de ontem foi política salarial, um dos sete itens que compõem a Campanha Salarial 2012 em defesa dos servidores e serviços públicos. Entre outros itens, a proposta da Campanha reivindica a concessão de 22,08% de reajuste emergencial, correção de distorções dos vários setores da administração pública, valorização do salário base e incorporação das gratificações. O percentual corresponde à variação da inflação, com base no índice do INPC/IBGE, entre maio de 2010 e fevereiro de 2012, somado ao percentual do Produto Interno Bruto de 2010 e 2011.

 

O primeiro ponto divergente que surgiu na reunião foi a insistência do governo em estender os prazos dos debates da campanha salarial até o dia 31 agosto. As entidades argumentaram que este prazo é inviável e lembraram que já haviam encontrado consenso nesse tema, inclusive ainda durante as negociações com o então secretário de Relações de Trabalho Duvanier Ferreira, falecido em janeiro. Os dirigentes sindicais lembraram que muitos itens da negociação foram tratados diretamente com ele.

 

Além de reforçar que o governo não deve ter condições de honrar 31 de março como prazo final para apresentação de uma proposta para as reivindicações da campanha salarial dos servidores, Mendonça voltou a utilizar um discurso de austeridade, utilizando a crise nos países europeus como argumento para a política de reajuste zero do governo federal.

 

Segundo o coordenador Jean Loiola, que representou a Fenajufe na reunião no MPOG, o secretário de Relações do Trabalho informou, mais uma vez, que o Palácio do Planalto não tem a intenção de negociar reajuste linear neste momento para o funcionalismo. A disposição do governo Dilma seria discutir questões salariais em pautas específicas e que em princípio, segundo o Secretário, não há ambiente para debater reajuste geral.

 

Um dos dirigentes sindicais a falar na reunião, Jean rebateu os argumentos de Mendonça, lembrando que o debate sobre a revisão geral é uma reivindicação histórica do funcionalismo público e que, em função dessa batalha, há no Supremo Tribunal Federal vários Mandados de Injunção pedindo aplicação desse direito. Ele provocou dizendo, ainda, que o governo, quando tem interesse, se utiliza de dispositivos constitucionais para aprovar projetos que retiram direitos, como é o caso do PL 1992/07, aprovado na Câmara dos Deputados e que tramita no Senado Federal como PLC 02/2012. “Ao insistir na aprovação da previdência complementar, o governo remonta à Emenda Constitucional da Reforma da Previdência de 2003. Mas ele não se dispõe a negociar com as entidades do funcionalismo a revisão geral, cujo direito está previsto na Constituição Federal. Nós não abrimos mão dessa reivindicação, que é um dos principais eixos de nossa pauta”, disse Jean, em sua fala na reunião e completou 'estabelecer uma política de reajuste geral não exclui que o governo discuta a reestruturação de carreiras específicas e corrija distorções.'

 

Falando ainda sobre a postura do Governo, sobretudo no trato de pautas específicas, o dirigente da Fenajufe destacou que os servidores do Judiciário e do MPU tiveram seu último reajuste aprovado em 2006 e que o governo, em profundo desrespeito à autonomia do Poderes, atuou fortemente na Câmara para impedir a aprovação dos projetos remetidos ao Congresso, pelo STF e pela PGR, que discutem o realinhamento salarial da categoria.

 

As entidades do Fórum afirmaram, também, que seria desproporcional estender as negociações até agosto, já que o governo tem até o dia 15 de abril para encaminhar ao Congresso Nacional a Lei de Diretrizes Orçamentárias [LDO] que aponta quanto do orçamento será disponibilizado para atendimento dessas demandas. Os representantes das 31 entidades solicitaram que o Planejamento diga quanto o governo irá dispor do orçamento 2013 para investir no setor público. O compromisso firmado, pelos representantes do governo, é que o MPOG mantenha um diálogo interno e, nas próximas reuniões, dê retorno sobre a proposta de política salarial apresentada pelos trabalhadores.

 

Para os dirigentes sindicais, as categorias devem se manter mobilizadas e participar, nesta quinta-feira [15], do Dia Nacional de Lutas. No dia 28 deste mês acontece uma grande marcha em Brasília e a expectativa é de que 20 mil trabalhadores participem da atividade, como forma de pressionar o governo a apresentar propostas concretas para os servidores.

 

Fonte: Fenajufe



 

Acessem nossas...

Redes Sociais !

TRANSMISSÃO ONLINE

TRANSMISSÃO ONLINE