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Notícia postada dia 01/03/2012

Notícia postada dia 01/03/2012

Câmara conclui votação da previdência complementar dos servidores federais, que terá três fundos

Câmara conclui votação da previdência complementar dos servidores federais, que terá três fundos

Projeto cria fundações para o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, e define que novo servidor pagará 11% sobre o teto do INSS [R$ 3.916,20] e terá que fazer contribuição extra relativa ao restante de sua remuneração para receber aposentadoria acima desse limite. Servidores prometem não dar trégua na luta contra os fundos de pensão

 

BRASÍLIA – 01/03/12 - O Plenário da Câmara dos Deputados concluiu, nesta quarta-feira [29], a votação do Projeto de Lei 1992/07, do Executivo, que institui a previdência complementar para os servidores civis da União e aplica o limite de aposentadoria do INSS [R$ 3.916,20] para os admitidos após o início de funcionamento do novo regime. A matéria ainda será analisada pelo Senado.

 

Por esse novo regime, a aposentadoria complementar será oferecida apenas na modalidade de contribuição definida, na qual o participante sabe quanto pagará mensalmente, mas o benefício a receber na aposentadoria dependerá do quanto conseguir acumular e dos retornos das aplicações.

 

O texto permite a criação de três fundações de previdência complementar do servidor público federal [Funpresp] para executar os planos de benefícios: uma para o Legislativo e o Tribunal de Contas da União [TCU], uma para o Executivo e outra para o Judiciário.

 

A matéria aprovada resultou de uma emenda assinada pelos relatores da Comissão de Seguridade Social e Família, deputado Rogério Carvalho [PT-SE], e de Finanças e Tributação, deputado Ricardo Berzoini [PT-SP]. O texto também teve o apoio dos relatores na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, deputado Silvio Costa [PTB-PE], e na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, deputado Chico D’Angelo [PT-RJ].

 

Rejeições
Nas votações desta quarta-feira, o Plenário rejeitou 12 dos 13 destaques apresentados pelos partidos, que pretendiam fazer mudanças no texto. Por acordo, houve três votações nominais de destaques da oposição.

 

A única emenda aprovada pelo Plenário é de autoria do deputado Reinhold Stephanes [PSD-PR], que proíbe instituições financeiras diferentes, mas com qualquer ligação societária, de concorrerem na mesma licitação para administrar recursos de uma das entidades de previdência complementar. O impedimento também se estende se uma delas já administrar parte dos recursos.

 

Um dos destaques do PSDB, rejeitado por 273 votos a 41 e 11 abstenções, pretendia restabelecer no texto um único fundo para os servidores dos três Poderes.

 

A segunda votação nominal de destaques rejeitou emenda do líder do PSDB, deputado Bruno Araújo [PE], que pretendia limitar em um ano o contrato para administração temporária dos recursos dos fundos de previdência complementar enquanto não for feita licitação para contratar empresa gestora. A emenda foi rejeitada por 292 votos a 55 e 4 abstenções.

 

Por 275 votos a 111 e 2 abstenções, o Plenário rejeitou ainda emenda do líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto [BA]. O partido pretendia atribuir à União a responsabilidade de arcar com o benefício a que fizer jus o servidor se o fundo do qual participa não o fizer.

 

Luta no Senado
Para as entidades que compõem o Fórum Nacional dos Servidores Públicos Federais, o PL 1992/07 representa um grande risco para os servidores, pois quebra a integralidade da sua aposentadoria e leva à incerteza quanto ao valor do benefício a que terão direito no futuro, pois a modalidade prevista no Funpresp é a de contribuição definida mediante a qual os servidores saberão quanto terão que pagar, mas o benefício futuro dependerá do “mercado”.

 

Em carta distribuída aos parlamentares esta semana, as entidades sindicais questionam, ainda, a inconstitucionalidade do Funpresp, que deveria ser criado por meio de Lei Complementar e não de Lei Ordinária, conforme está previsto no 1992/07. “A Constituição Federal, em seu artigo 202, determina que a previdência complementar deverá ser criada e regulamentada por Lei Complementar, resultando na inconstitucionalidade do PL”. Questiona também a natureza jurídica do Fundo. “O § 15, do art. 40, da Constituição Federal determina que a natureza jurídica da entidade de previdência complementar seja pública. Contudo, o PL prevê que a natureza jurídica da Funpresp será privada”, afirma o documento.

 

Para a Fenajufe, embora o governo tenha vencido essa batalha, a categoria não poderá perder o ânimo e deverá se manter na luta contra os ataques que ainda estão por vir. O projeto agora seguirá para o Senado, onde o funcionalismo deverá tentar barrar a sua aprovação. “Precisamos continuar atentos para tentar derrotar os próximos ataques que estão por vir. O governo ganhou essa na Câmara, mas ainda devemos tentar mudar esse cenário no Senado Federal, para onde o PL 1992/07 ainda será enviado. Além dele, também há outros que merecem a nossa atenção, como o PLP 549/09 e tantos outros que ameaçam os nossos direitos”, disse Saulo Arcangeli, coordenador da Fenajufe, logo após a sessão que votou o PL na Câmara.

 

Na mesma linha, Ramiro López, também coordenador da Fenajufe, avalia que os desafios deste ano serão ainda maiores com a aprovação do PL 1992/07. Além da privatização da previdência, ele cita a política do governo em não conceder reajuste para as várias categorias como uma das maiores ameaças a serem enfrentadas no momento. “O governo já demonstrou que está disposto a passar o rolo compresso para implementar a sua política. O momento é tenso e, por isso, precisamos manter a luta unificada com as demais categorias dos servidores federais”, afirma Ramiro.

 

Indignadas com o resultado da votação na Câmara dos Deputados, as várias categorias do funcionalismo federal já disseram que estão dispostas a manter a luta para impedir que as propostas do governo de retirada de direitos tenham seguimento no Congresso Nacional. Ao final da sessão do plenário da Câmara na terça-feira [28], que votou o substitutivo do relator, os manifestantes cantaram da galeria “Você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão”, é um trecho do samba “Vou Festejar”. O recado foi dado especialmente aos deputados do PT que votaram favoráveis à previdência complementar.

 

Como parte do calendário de protestos, os servidores realizarão, entre os dias 13 e 16 de março, a jornada de mobilização em todo o país e no dia 28 de março uma grande marcha em Brasília.

 

Fonte: Fenajufe



 

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