As imagens da desocupação em Pinheirinho (veja aqui) às 6 da manhã do domingo, 22, são o retrato de um massacre. Trata-se de uma ação covarde orquestrada por interesses políticos voltados à especulação imobiliária. No terreno onde há cerca de 8 anos viviam mais de 1.600 famílias sobraram apenas escombros de casas erguidas a duras penas por trabalhadores e trabalhadoras que agora tentam sobreviver jogados em abrigos sem o mínimo de estrutura. Crianças, homens e mulheres de todas as idades compõem a face de um grave problema social. Mais que um caso de desocupação ordenado pela justiça do estado de São Paulo, Pinheirinho é um caso de afronta aos direitos humanos. Para a Condsef, a União precisa interferir imediatamente. O governo federal chegou a declarar repúdio à desastrosa ação de desocupação e deve, portanto, tomar providências concretas sobre o caso.
É preciso chamar ao diálogo as lideranças desse movimento, promover a desapropriação do terreno, hoje de propriedade do especulador financeiro, Naji Nahas, e reintegrar a quem o merece de fato: os moradores que de lá foram expulsos e tiveram destruído de forma covarde e truculenta o pouco que conquistaram.
Apoio aos desabrigados de Pinheirinho – Reunidos nesta terça-feira em Brasília, representantes de mais de 20 entidades nacionais de servidores federais aprovaram a criação de uma moção de repúdio à ação de desocupação em Pinheirinho. Foi aprovada ainda uma campanha de solidariedade aos agora desabrigados de Pinheirinho que depois de expulsos de suas casas tentam sobreviver em abrigos sem o mínimo de estrutura.
O que mais incomoda os trabalhadores de Pinheirinho é o tratamento truculento com que foram expulsos de suas casas como marginais que oferecem risco a população. A Condsef lembra que esses homens, mulheres e crianças são cidadãos brasileiros e como tal merecem respeito. “Cada um de nós poderia ser um morador de Pinheirinho. Devemos nos indignar como se tivéssemos nós perdido a dignidade. Pois é disso que se trata. Quando o poder público vira as costas para um cidadão, todos nós devemos reagir”, declarou Josemilton Costa, secretário-geral da Condsef.
Fonte: Condsef.