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Notícia postada dia 26/12/2011

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Fenajufe e servidores trabalharam até o último momento para garantir inclusão dos PCSs na LOA

Fenajufe e servidores trabalharam até o último momento para garantir inclusão dos PCSs na LOA

Dirigente da Federação, que participou da conversa que fechou “acordo” para que deputado retirasse pedido de verificação de quórum, critica postura do governo e reafirma necessidade da luta em 2012 para conquistar reajuste

 

BRASÍLIA – 23/12/12 – Servidores do Judiciário e do MPU, dirigentes da Fenajufe e representantes de vários sindicatos filiados trabalharam até o último instante, em Brasília, para buscar um acordo que garantisse a inclusão dos valores dos Planos de Cargos e Salários na proposta de Lei Orçamentária de 2012. Mesmo com várias declarações do Executivo e de parlamentares da base do governo de que não seria concedido qualquer aumento para o funcionalismo no ano que vem, a categoria não arredou o pé e acompanhou as articulações até o fechamento da votação do Orçamento no Congresso Nacional.

 

Cerca de 200 trabalhadores ocuparam, esta semana, o plenário 2 da Câmara dos Deputados e manifestaram, incansavelmente, nos corredores da Casa para exigir que o Congresso Nacional cumprisse a determinação do Supremo Tribunal Federal e votasse a LOA com a previsão orçamentária do plano. Embora o governo tenha mantido sua postura intransigente e votado, às 23h51min desta quinta-feira, o Orçamento sem atender às reivindicações da categoria, a Fenajufe e os servidores fizeram a sua parte, mantendo a pressão em cima dos parlamentes da base do governo até o final. Os manifestantes praticamente foram os últimos a saírem ontem da Câmara, já com algumas luzes apagadas. Mas a intransigência do Palácio do Planalto, que já deu o seu recado que manterá a política de reajuste zero, foi mais forte e prevaleceu no Legislativo. A luta da categoria, no entanto, foi fundamental para mostrar que os servidores não desistirão e que estão dispostos a se manterem na luta para conquistar o reajuste e também impedir que novos ataques sejam implementados, como o PLP 549/09, que congela o salário do funcionalismo durante dez anos, e o PL 1992/07, que cria os fundos de pensão dos servidores e abre as portas para a privatização da previdência.

 

Enquanto os servidores do Distrito Federal e de vários estados manifestavam na Câmara, coordenadores da Fenajufe fizeram contatos com vários deputados e senadores visando uma saída para o impasse imposto pelo Executivo. Ontem à noite, quando a sessão do plenário do Congresso estava suspensa para que os parlamentares converssassem com o deputado Paulinho da Força [PDT-SP] de sua ameça em “derrubar” a sessão com o pedido de verificação de quórum, o coordenador Antônio Melquíades [Melqui] participou da conversa que teria costurado um “acordo” para que a votação fosse até o fim. Participaram da conversa, chamada pelo próprio Paulinho, os senadores Valdir Raupp [PMDB-RO], Paulo Paim [PT-RS] e Vital do Rego [PMDB-PB] e os deputados Arlindo Chinaglia [PT-SP], Roberto Policarpo [PT-DF] e João Dado [PDT-SP].

 

Na reunião, que ocorreu numa sala reservada próxima ao Salão Verde e ao plenário da Câmara, os parlamentes argumentaram, na tentativa de convencer o deputado pedetista a voltar atrás em sua posição, que o governo sofreria uma derrota caso o Orçamento não fosse votado este ano, mas afirmaram que em fevereiro ou março o Exercutivo recomporia as duas Casas e votaria a peça orçamentária tranquilamente, uma vez que não haveria mais o problema do quórum. De acordo com o coordenador da Fenajufe, os parlamentares disseram que, portanto, não haveria moeda de troca para o PDT e os outros partidos negociarem às reivindicaões dos aposentados e dos servidores. Eles fizeram um apelo para que o deputado do PDT retirasse o requerimento, com o compromisso de que todos se envolverão na busca de negociações para todas as categorias, com destaque para os aposentados e para os servidores do Judiciário Federal, do MPU, do TCU e da Câmara. Ainda de acordo com eles, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, teria dito aos parlamentares que a presidenta Dilma responderia, nos próximos dias, a última das 8 cartas enviadas à Presidência pela Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil [Cobap] reivindicando a aprovação do aumento de 11,7%.

 

Segundo o coordenador da Fenajufe, a costura foi criticada também pelos quatro representantes da Cobap, que disseram não ter acordo com o recuo do deputado do PDT e não confiar no governo, já que no ano passado foi aprovado reajuste de 16%, vetado pelo então presidente Lula.

 

Falta de confiança
Posição semelhante foi apresentada pelo coordenador da Fenajufe, que também afirmou não concordar com a retirada do pedido de verificação de quórum, explicando que a categoria não confiaria nas promessas que estavam sendo feitas naquele momento. Para reforçar seus argumentos, ele explicou que na última segunda-feira [19], em reunião no Palácio do Planalto, a ministra Ideli Salvatti teria questionado ao líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves [RN], se o partido iria apoiar algum tipo de destaque ou emenda que pedia a inclusão do reajuste dos servidores na peça orçamentária. Segundo Melqui, a ministra teria dito ao parlamentar que se o PMDB fizesse isso, a intenção do próprio governo era jogar a votação do Orçamento para 2012, pois ele não queria correr o risco de perder. “O deputado jogou a toalha e rompeu com o compromisso feito com os servidores do Judiciário Federal e do MPU, dizendo considerar importante a votação da LOA este ano”, explicou Melqui, na reunião de ontem (22).

 

O coordenador da Federação foi enfático, ao dizer aos parlamentares que não é mais possível confiar nas promessas. “O próprio governo queria jogar para o ano que vem, para não ser derrotado. Agora que os servidores e os aposentados defenderam essa possibilidade, eles foram apontados como vilões e o governo como vítima. Enfim, o Executivo chantegeou. Além do mais, em reunião com os ministros Peluso e Lewandowski, em junho de 2010, Lula se comprometeu a fechar um acordo após as eleições, o que não ocorreu. Lula não atendeu o Judiciário em 2012 e Dilma também não atendeu em 2011”, afirmou Melqui, que também criticou a postura de alguns parlamentares, que pro$3>ram apoio durante todo o ano e no final, recuaram. “Apoio de deputados e senadores tivemos o ano todo, que no último momento roeram a corda, inclusive os do PMDB. Ontem eles fecharam esse acordo preocupados com as eleições de 2012 e com os interesses dos seus partidos. Eles precisam do orçamento no início do ano para mostrar serviço e disputar as eleições ”, criticou.

 

Para o dirigente sindical, a categoria precisa retomar as mobilizações logo no início do ano. “Vamos retomar a luta com força assim que os trabalhos no Legislativo forem retomados. Precisamos cobrar o cumprimento das promessas feitas ontem, no apagar das luzes dos trabalhos no Congresso”, finaliza Melqui.

 

Para deputado, faltou atuação do STF
Para o deputado Roberto Policapo, que também esteve na reunião durante o intervalo da sessão do plenário do Congresso, faltou empenho da cúpula do Judiciário para que um acordo favorável à aprovação do PCS fosse fechado com o governo. “Eu lamento muito o fato de o Congresso Nacional não ter avançado as negociações. O Legislativo só fez o que Dilma queria e não garantiu sua autonomia e independência. Mas o STF também deveria ter feito o seu papel de negociador”, afirmou Policarpo, em entrevista à Agência de Notícias da Fenajufe.

 

De acordo com ele, o Congresso tem um papel fundamental de ajudar nas interlocuções, mas sempre quem definem as negociações são o Judiciário e o Executivo. “Em 2002, Jobim, como presidente do TSE, assumiu as negociações. Em 2004, na campanha pelo aumento da GAJ [Gratificação de Atividade Judiciária], como presidente do STF também fez a interlocução. E em 2006, a ministra Elen Gracie também cumpriu o seu papel. Já em 2009, que o presidente era o ministro Gilmar Mandes, e em 2010 e 2011, já com o ministro Peluso, nada foi feito. Infelizmente, nenhum dos dois negociou. Faltou uma interlocução efetiva da presidência do STF ou até mesmo do TSE. O Executivo nunca negociou conosco e os parlamentares são importantes na mediação, mas não são decisivos se não houver acordo entre os dois poderes. E essa foi a diferença dos outros anos”, ressalta, se referindo às lutas da categoria para conquistar os Planos de Cargos e Salários anteriores.

 

Na última terça-feira [20], na tentativa de buscar um acordo ainda antes da votação do Orçamento, Policarpo fez contato com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Na conversa, ela disse que “virando” o ano, conversará sobre o reajutes com representantes dos servidores.

 

Na avaliação do deputado, independentemente de qualquer promessa, a categoria precisa voltar com força à campanha nacional pelos PCSs. “Passando o carnaval, será preciso uma grande manifestação e até uma greve, desde que seja muito forte. Trabalhamos muito para que o acordo fosse fechado, mas infelizmente isso não ocorreu. Então agora, é voltar, em 2012, com toda a disposição para brigar por essa reivindicação”, finaliza.

 

Fonte: Fenajufe



 

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