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Notícia postada dia 30/06/2011

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População da Grécia se revolta com o corte de 150 mil servidores públicos

População da Grécia se revolta com o corte de 150 mil servidores públicos

Atenas — A aprovação, pelo Parlamento, do arrocho fiscal que cortará 150 mil servidores públicos, reduzirá aposentadorias e vários benefícios sociais, transformou a Grécia em um palco de guerra. Com a retração de 5% na economia e um índice recorde de desemprego, de 16%, a população acredita que, ao ceder aos credores internacionais, o país se enfiará de vez no atoleiro. Os 155 deputados dos 298 presentes no Congresso votaram a favor do plano fiscal, que prevê cortes de 28,4 bilhões de euros no período 2012-2015 e arrecadação de 50 bilhões de euros com privatizações.

Os cortes foram impostos como condição indispensável para que a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) liberassem uma parcela de 12 bilhões de euros de um empréstimos que permitirá à Grécia evitar a bancarrota, ao cumprir os vencimentos de títulos que vencem em julho. O socorro deverá ser liberado por ministros das Finanças da Zona do Euro no próximo domingo. O montante corresponde a uma parte do resgate de 110 bilhões aprovados em maio do ano passado, mas que não foi suficiente para acalmar a pressão dos mercados. A dívida pública grega totaliza 350 bilhões de euros, o equivalente a 150% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

A decisão foi tomada no segundo dia de uma greve geral (a quarta do ano) convocada pelos principais sindicatos do país, tanto do setor privado quanto do público. Os dois dias foram marcados por manifestações, que deram lugar a confrontos entre grupos de jovens e policiais. Segundo a polícia, 72 pessoas, incluindo 26 policiais, foram atendidos em hospitais.

“A opção é entre eles e nós. O novo projeto de orçamento e o acordo com a União Europeia e o FMI destruirão o país e estriparão os trabalhadores, os desempregados e as crianças”, disse Rena Nenedaki, uma advogada de 40 anos, presente nos protestos. “Desde o ano passado, o governo decidiu destruir o funcionalismo público e as universidades. Nós pedimos eleições. Caso contrário, permaneceremos nas ruas durante um mês”, afirmou Alexander, um estudante de Economia.

Pedras e quebradeira
Em meio à votação no Parlamento, manifestantes atacaram prédios do Ministério das Finanças, localizado na Praça Syntagma. Mais de mil pessoas com pedras, pedaços de madeira e barras de ferro estilhaçaram vidros na entrada dos edifícios e em vários andares. A ação dos manifestantes foi contida pelos policiais, com gás lacrimogêneo. Mas eles prometeram voltar à praça de guerra. “Continuaremos os protestos até o governo cair. E cairá”, disse a estudante Thanas, 22 anos.

Pouco antes, o primeiro-ministro George Papandreou alertou que não havia “plano B” para salvar a Grécia. “Faremos tudo para evitar a bancarrota”, declarou, ao recordar que a aprovação do arrocho fiscal era a única forma de pagar salários e aposentadorias. Líderes da União Europeia comemoraram o resultado. A chefe do governo alemão, Angela Merkel, qualificou de “muito boa notícia” a aprovação do plano de austeridade. O comandante da Zona do Euro, Jean-Claude Juncker, pediu mais um voto positivo para o plano, “nesses tempos difíceis e cruciais para a Grécia”.

 

Fonte: Correio Braziliense



 

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