Defensores do PCS elegem maior delegação à Plenária, que acontece entre 03 e 05 de junho
A greve pelo PCS e contra o congelamento salarial deve começar na segunda quinzena de junho. Essa será a posição defendida pelos delegados de São Paulo na Plenária Estatutária da Fenajufe, que acontece entre 03 e 05 de junho, no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada na assembleia estadual de sábado, dia 14.
Pela decisão, a mobilização dos servidores do Judiciário federal acontecerá junto com os demais setores do funcionalismo, que também estão em campanha contra o congelamento salarial e pela revogação dos projetos de lei que afetam os servidores.
A posição de defender o PCS também se refletiu na eleição dos delegados de São Paulo para a Plenária da Fenjaufe, onde dos 13 delegados eleitos, nove defendem o PCS, enquanto quatro apóiam o subsídio.
Em defesa da unidade
Apesar das diferenças existentes na categoria (PCS e subsídio), quase todas as falas ressaltaram a intransigência do governo Dilma e defenderam a unidade dos servidores para por fim ao congelamento salarial.
Atualmente no meio da carreira, o oficial de justiça Henrique Casseli disse que acompanhou a luta pelos dois últimos PCSs, mas que nunca viu tamanha resistência do governo: “O caminho do governo é fazer arrocho fiscal sobre nós (servidores)”, disse.
A servidora Alice, da JF de Marília, classificou a proposta de subsídio de canto da sereia, colocada pelo governo para dividir a categoria. Ela ainda destacou que se não houver uma forte mobilização o governo não cederá e o congelamento seguirá. “A gente tem um projeto (PCS) e precisamos lutar pela aprovação do nosso projeto”, afirmou.
“Estamos no mesmo barco, mas cada um está de um lado. A culpa não é nossa, mas sim do governo, que nos divide para nos minar”, disse a servidora de Taubaté Fausta Fernandes se referindo à ‘divisão’ da categoria em relação a que proposta defender.
Na opinião do servidor Cléber Borges Aguiar, diretor do Sintrajud, tentar dividir a categoria tem sido a postura do governo ao longo dos anos. “Estávamos fechando um outro ciclo no ano passado, enfrentando cortes de ponto, os juízes e os tribunais superiores contra a nossa mobilização, quando veio o governo e disse: ‘pega isso aqui (o subsídio) que é mais fácil, mentindo para os servidores’”, disse à assembleia, chamando a unidade dos servidores para vencer o congelamento salarial.
Críticas ao subsídio
A necessidade de construir a unidade não impediu que muitos servidores criticassem o subsídio e a forma como este debate entrou na categoria. “A nossa proposta foi emendada por um deputado governista, que agora quer que a nossa remuneração esteja vinculada à GDI (Gratificação por Desempenho Institucional)”, criticou Fausta Fernandes.
O diretor do Sintrajud Eliseu Trindade lembrou aos servidores a importância de se procurar outros segmentos que passaram a receber por subsídios, para se verificar os prejuízos que eles tiveram.
Opinião semelhante tem a servidora da JT Barra Funda e diretora do Sintrajud Leica Silva. Ela ainda destacou o risco presente no fim do pagamento de horas-extras conforme propõe o subsídio. “Isso vai significar o fim do controle sobre a minha jornada de trabalho. Eu quero ter o direito de controlar o tempo que passo fora do tribunal”. Leica também destacou que o fim de adicionais de periculosidade e insalubridade representará um grande prejuízo aos servidores que trabalham nos galpões e nas garagens, por exemplo.
A diretora afirmou que o subsídio passou a ser implementado no serviço público como uma política do governo FHC, como parte do desmonte do serviço público. Respondendo às críticas das disparidades salariais dentro do judiciário, Leica afirmou: “A tabela do subsídio mantém as disparidades, ela não as resolve... Não vamos conquistar nada retirando direitos dos servidores mais antigos”.
*Defendendo o subsídio
Servidor da Justiça Trabalhista em Barueri, Romeu Meirelles disse que defende o subsídio, pois é preciso colocar mais possibilidades na negociação. Em relação à perda de direitos dos servidores com mais tempo no judiciário, ele disse que “sempre existe a via judicial”. “Eu não vou ter aposentadoria integral e nem outro direitos extintos. Quero algo que nos aproxime mais”, afirmou.
Por Carlos Eduardo Batista
Segunda-feira, dia 16 de maio de 2011
* O Sindjufe/Ba, por decisão de assembleia, ainda não tem posição fechada sobre a forma de remuneração (subsídio/PCS)
Fonte: Sintrajud