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Notícia postada dia 25/03/2011

Notícia postada dia 25/03/2011

3º Congrejufe - Palestra sobre Conjuntura Nacional e Internacional

3º Congrejufe - Palestra sobre Conjuntura Nacional e Internacional

Participaram da palestra sobre Conjuntura Nacional e Internacional:
Pascoal Carneiro – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Ailton Assis – Intersindical
Pedro Aparecido – Conlutas
Edmilton Gomes – AGEPOLJUS
Alexandre Marques – Assessor Parlamentar
Myrtô Magalhães – Coordenadora do SINDJUFE-BA
Marcos Santos - Fenajufe
Alice Portugal – Deputada federal

 



Após realização do sorteio para a ordem das falas, Pedro Aparecido (Conlutas) iniciou o debate parabenizando a todas as servidoras pelo mês de Março, comum homenagear as mulheres, e também aos servidores. Parabenizou a luta da categoria baiana: “vocês aqui da Bahia foram nossos parceiros nessa greve, junto com outros estados”. Salientou que neste local só há companheiros e não inimigos.

Acerca da conjuntura nacional e internacional, citou que a Conlutas tem sempre isso em debate, identificando sempre os inimigos dos trabalhadores no país. Explicou que antes da crise econômica de 2007, outras ocorreram em todo o mundo. Revelou que a crise do capitalismo iria sumir mas, até hoje traz conseqüências no mundo. Disse ainda que os valores pagos à montadoras de veículos daria para matar a fome das pessoas no  mundo. Fez duras críticas aos presidentes dos países que fizeram doações para empresários e banqueiros. “Nós, especialmente do Judiciário, estamos pagando a conta da crise que explodiu em 2007. Essa crise vai chegar em um ponto em que descobrimos que tudo que acontece é conseqüência dela”, afirmou. Falou acerca das medidas que foram tomadas pelo ex-presidente Lula e também agora tomadas pela então presidente Dilma Roussef, de congelamento de salários e investimentos públicos por dez anos.


Citou que diversos países como Grécia, Espanha e Portugal estão “quebrados”, porque não conseguiram se recuperar da crise econômica e que essa conseqüência deve alcançar o país. “No Brasil, o PIB em 2007 foi negativo e tem sinais de que decrescerá neste ano também”, afirmou. Falou que a presidente Dilma já iniciou o governo realizando cortes salariais e aumentos apenas para alguns grupos de parlamentares e ministros.

Revelou que a categoria não tem conseguido nada nas greves (reajustes salariais) e afirmou que estes governos (Lula e Dilma) não são dos trabalhadores. “Nosso patrão principal é o governo federal”, disse, ao afirmar que a culpa da não aprovação do PCS não se trata apenas da inércia do presidente do STF, Cezar Peluso, mas sim, dos governantes. Disse ainda que a não aprovação do PCS, o corte do Orçamento e o congelamento salarial fazem parte do tripé que revela as intenções do novo Governo.

Ailton Assis (Intersindical) saudou a categoria e disse que era um momento para pedir ajuda aos ancestrais para ajudar os trabalhadores. Disse que parte da luta dos povos da África, se deve ao fato de ver o que tem acontecido com os países europeus e, como sofrem com governos mais rígidos, estão buscando alternativas para defender a classe trabalhadora.

 



“Vários países têm se levantando para defender ainda os poucos direitos dos trabalhadores, já que o capital ainda aproveita esta crise para oprimir ainda mais a classe trabalhadora”, afirmou.  Citou que o Governo atual tem maioria e apresenta predisposição para implementar políticas negativas, ainda herdadas do governo FHC. Ressaltou ainda que analistas indicam que o Brasil está sendo levado para uma situação de consumidores e não de produtores, se afastando da tecnologia e dependendo dos produtos do exterior.

Citou que os títulos de dívidas públicas também vão gerar situações negativas para o país e que quem vai lucrar com isso será apenas os grandes empresários e banqueiros. Ressaltou que o Brasil está no 10º lugar na má distribuição de renda, e também lista no topo entre o desrespeito aos direitos humanos, além de ter que amargar uma correção na tabela do IR de apenas 4,5%, sendo que o cálculo ideal, repondo a inflação, seria de mais de 50%. Sobre empregos no Brasil, revelou que, para cada emprego gerado, houve diminuição do salários, com precarização da profissão e alargamento dos empregos com salários diminuídos.

Sobre as políticas a serem tomadas, ressaltou que as preocupações têm sido apenas com títulos de dívida pública, PAC, commodities, enquanto a população vive amargando com a falta de investimentos em saúde, educação, habitação etc. Citou que deve existir, no mínimo, 9,6 milhões de famintos no país, e revelou também outros déficits acerca da habitação e serviços públicos. Falou ainda acerca da criminalização dos movimentos sociais e das manifestações populares, da exploração do meio ambiente com a agronegócios e commodities e do aumento da violência, especialmente contra jovens negros. Afirmou que todas as iniciativas do Governo para resolver estes problemas “são uma gota no oceano”. Ressaltou que é necessário surgir uma nova frente de esquerda para implementar e dar voz à classe trabalhadora. Disse ainda que isto é necessário pois há fragmentação da classe e que as lutas precisam ser unificadas para garantir as reivindicações da categoria.

Paulo Carneiro (CTB) saudou a categoria e reafirmou que apenas na luta é que se poderá alcançar a vitória. Citou que não existe a crise não foi uma “bolha” e sim apenas um dos desdobramentos do capitalismo. Revelou que, os ataques dos EUA a outros locais, foi devido ao fato do país precisar ter matrizes energéticas para garantir a qualidade de vida dos americanos, colocando empresas para explorar trabalhadores nos outros países e, que o apoio na guerra à Líbia não tem interesse em encerrar uma ou outra forma de Governo, mas sim, de obter o petróleo daquele local. Revelou que a ONU votou uma Resolução contra Israel e que os EUA vetou essa resolução e foi fazer uma inspeção no local. Revelou ainda que a visita do presidente dos EUA Barack Obama ao Brasil e disse que a declaração deste presidente, nesta visita, revela os interesses de colocar empresas americanas no nosso país para exploração do pré sal.



Concluiu então que, o voto do Brasil para fazer inspeção no Irã foi equivocada, apenas para garantir uma cadeira no Conselho da ONU. Disse que a crise de juros altos no país tem a desculpa de que é necessário fazê-lo para frear a inflação, prejudicando a classe trabalhadora. Citou que a Reforma da Previdência e o fator previdenciário são lutas atuais e que a categoria quer decisões que sejam melhores e não piores, como tem sugerido o Governo, aumentando o déficit existente na Previdência. Não se pode querer implementar o que existe no exterior, já que o mesmo padrão de vida destes outros países não poderá ser implementado aqui no país.

Disse que vem sido trazida uma reforma que vai balançar o movimento sindical: “como ocorre nos Estados Unidos, querem que os sindicato tenham, no mínimo, 50% da classe trabalhadora filiados”, afirmou. Falou também sobre outras propostas que retiram direitos da categoria como o PL 549/09, MP 520/2010 entre outros. “Com tudo isso será necessário unificar a categoria, fazer greve, mas greves que esclareçam a sociedade de que queremos não apenas melhorias salariais mas, melhorias do serviço público e o desenvolvimento do país e cumprimento da justiça”, ressaltou.

Explicou ainda que, se os trabalhadores não se unirem, vão ser engolidos por Palocci, Mantega e cia ltda.

Após a conclusão das falas, foi aberta a inscrição para os questionamentos aos palestrantes, que responderam às dúvidas (acerca da união entre centrais sindicais, possibilidade de privatização no Judiciário, lutas da categoria por representantes fiéis à classe trabalhadora).

Assim, foi encerrado o primeiro dia do 3º Congrejufe. Amanhã traremos mais informações sobre os debates dos Grupos de Trabalho do congresso.



 

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