A palestra realizada pelo SINDJUFE-BA nesta quarta-feira (10) no TRE, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, contou com a participação de servidores do órgão e coordenadores do sindicato.
Tendo como palestrantes a Assessora Regional do Observatório da Lei Maria da Penha, Márcia Santana Tavares e a Juíza de Direito da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Dra. Márcia Nunes Lisboa, foi debatido o tema “A batalha dos sexos: o velho homem diante da nova mulher”.
O coordenador do sindicato, Rogério Fagundes, relembrou as comemorações e atividades que o sindicato vem realizando nos últimos anos nesta data com objetivo de conscientizar e promover a igualdade. Já a coordenadora Social, de Esporte e Cultura, Aline Esquivel, falou da importância em debater esse tema e como o machismo ainda é predominante na sociedade.
Denise Carneiro, representante da Coordenação de Formação Política e Políticas Sociais do sindicato, explicou porque foi escolhido esse tema. “Quando falamos do velho homem, estamos falando daquele homem que ainda não conseguiu se libertar do machismo e a nova mulher é aquela que conseguiu sair de casa para trabalhar”, afirmou. Denise ainda ressaltou que o machismo é o "pai" de todos os preconceitos e que a luta da mulher, portanto, é em busca da igualdade e pelo fim do preconceito em todas as esferas.
Por meio de relatos de textos e propagandas veiculadas nos meios de comunicação de massa, a palestrante Márcia Tavares relatou que a partir da década de 80, a mídia começou a falar dessa nova mulher, exaltando o espaço que conquistou nas universidades e no mercado de trabalho. Porém não existe apenas uma mulher universal; há mulheres reféns do desemprego; aquelas que trabalham de forma precária e têm seu trabalho desvalorizado. Ela disse ainda que a partir dessa década a relação entre homens e mulheres tem sido mais igualitária, apesar disso, o papel exercido pela mulher na esfera pública e privada ainda é questionado. “O homem atualmente aceita que a mulher saia para trabalhar ou que estude, desde que não deixe de cumprir as atividades do lar”.
A juíza Márcia Nunes Lisboa informou que a violência doméstica atinge todas as classes. Um estudo realizado pela Vara de Violência Doméstica e Familiar contra à Mulher constatou que 99% dos casos de violência doméstica acontecem quando a mulher resolve se separar; já para denunciar um caso de violência, são quase 10 anos. Ela explicou ainda que a violência doméstica é um crime invisível e de efeito multiplicador, geralmente praticado por quem presenciou algum tipo de violência na família.
De acordo com a juíza, a Lei Maria da Penha é futurista e deve ser compreendida, ao contrário do que dizem o Supremo e os juristas.