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Notícia postada dia 11/03/2011

Notícia postada dia 11/03/2011

"Recordar é viver": elevação do custeio da máquina pública é lenda

"Recordar é viver": elevação do custeio da máquina pública é lenda

Por Marcos Verlaine (DIAP)

 

Navegando na internet, este manancial infinito de informações - para o bem ou para o mal - eis que encontrei um texto do insuspeito Elio Gasprari, na Folha de S.Paulo, de 21 de junho de 2006, ali no finalzinho do primeiro mandato de Lula e próximo da reeleição.

 

No texto, Gaspari diz logo no título que o "inchaço da máquina do Estado é lorota". E segue: "Entre 2003 e 2005 os gastos com servidores ativos ficou onde estava (2,3% do PIB). O rombo poderia vir das aposentadorias. Ao contrário: corresponderam a 2,5% do PIB em 2002 e fecharam em 2,2% em 2005."

 

E mais: "Se os vilões não foram os servidores, por certo teria sido a gastança com a máquina do Estado. Falso. Essas despesas baixaram de 2,3% do PIB em 2002 para 2% em 2005."

 

Textinho curto, mas cheio de informações para os servidores públicos questionarem esse negócio de congelamento de salário, que vira e mexe a imprensa solta no ar, cuja fonte original é o Executivo Federal.

 

Boa leitura!
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"O inchaço da máquina do Estado é lorota*

Por Elio Gaspari

 

Lula não elevou o custeio da máquina. Seu governo ampliou o investimento em programas sociais

 

Lula Inchou a máquina do Estado e torrou o dinheiro dos impostos no funcionalismo. Um bom "choque de gestão" permitiria que esse dinheiro custeasse as obras de infra-estrutura necessárias para tirar a economia brasileira do atoleiro.

 

Quem quiser acredite, mas essa crença é uma lorota.

 

Três economistas (Samuel Pessoa, Mansueto Almeida e Fábio Giambiagi) produziram um estudo que informa: "A percepção de que houve inchamento dos gastos com funcionalismo ao longo dos últimos dez anos, em particular, está errada. (...)"

 

E segue: "Julgar que seja possível implementar um ajuste fiscal duradouro, que permita o crescimento do investimento público e a redução da carga tributária com base apenas em um maior controle dos gastos mais diretamente ligados ao funcionamento da máquina pública é, a nosso ver, um equívoco".

 

Aos números:

Entre 2003 e 2005 os gastos com servidores ativos ficou onde estava (2,3% do PIB). O rombo poderia vir das aposentadorias. Ao contrário: corresponderam a 2,5% do PIB em 2002 e fecharam em 2,2% em 2005.

 

Se os vilões não foram os servidores, por certo teria sido a gastança com a máquina do Estado. Falso. Essas despesas baixaram de 2,3% do PIB em 2002 para 2% em 2005.

 

Tudo bem, mas entre 2001 e 2005 os gastos não-financeiros do governo federal pularam de 16,1 % do PIB para 17,7% e a carga tributária está em 37% da produção. Se a máquina do Estado não bebeu o ervanário, quem o bebeu?

 

Resposta: ele foi comido pelos programas sociais, custeando uma política iniciada no segundo governo FFHH.

 

As transferências de renda dobraram, de 0,7% para 1,4% do PIB. As despesas com programas sociais passaram de 2% do PIB em 2002 para 2,7% no ano passado. Um aumento de 20% ao ano, numa economia que cresce à taxa média de 2,5%.

 

A boa notícia é que esse investimento encheu a geladeira do andar de baixo, diminuiu as desigualdades sociais e ampliou o mercado consumidor.

 

A má notícia: nesse mesmo período o investimento caiu de 0,9% do PIB para 0,6%. Como é o investimento que gera produção, chega-se ao dilema do bolo que não deve ser comido enquanto cresce.

 

Nos anos 70, quando essa metáfora entrou em circulação, o andar de cima comeu o melhor bocado. Agora, segundo os três economistas, trata-se de dizer ao andar de baixo que ele precisa parar de comer ou contentar-se com o que tem no prato, sem querer mais.

 

O trio sugere que se pise no freio, para que "o crescimento dos gastos sociais e da previdência (gastos do INSS) aumente a um ritmo menor do que o crescimento do PIB nominal. (....) É importante que a sociedade se conscientize de que esse padrão de gasto público está intrinsecamente associado a um crescimento modesto. Na perspectiva de que a população discuta os rumos do país nos próximos anos, no contexto do debate eleitoral de outubro, é importante que esses dilemas sejam expostos claramente aos eleitores".

 

É o segundo lance da dúvida de Garrincha. Querem que o técnico Vicente Feola convença Gavril Kachalin do brilho de sua armação. Em 1958, Kachalin era o técnico da seleção russa. Tinha um futebol científico e perdeu por 2x0, gols de Vavá.

 

Sob o título "Gastos sociais deveriam crescer a ritmo menor do que o PIB", o trabalho está anunciado no sítio do Ipea, o Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada.

 

(*) Texto publicado na Folha de S.Paulo, em 21 de junho de 2006"



 

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