O novo aumento da taxa de juros no Brasil, anunciado nesta quarta-feira (2) pelo Banco Central, significa um verdadeiro “tapa na cara” da classe trabalhadora do país. A taxa básica de juros determinada pelo Banco é o valor de referência para os títulos da dívida emitidos pelo país, determinando os juros cobrados em financiamentos, empréstimos, etc. Com a ampliação em 0.5 ponto percentual, a Selic passou de 11,25% para 11,75% ao ano.
“É inadmissível. Não foi para esse tipo de política que o povo elegeu Dilma Rousseff para a Presidência. Não foi para isso que tanto pressionamos pela saída do ex-presidente Henrique Meirelles do Banco Central. A confirmação de novo aumento soa como um tapa na cara dos trabalhadores e de todos aqueles que realmente fazem com que a economia do país se movimente”, afirmou Wagner Gomes, presidente da CTB.
Tal aumento atende, novamente e unicamente, os rentistas e investidores internacionais, atraídos pela maior taxa de juros do mundo.
Desde a posse da presidenta Dilma, esta foi a segunda vez que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reuniu para definir a taxa de juros do país. Na ocasião passada, em janeiro, o BC já havia jogado um balde de água fria naqueles que esperavam por um novo rumo para as decisões macroeconômicas do país.
O discurso do BC e da equipe econômica do governo tenta transparecer como responsável, atribuindo o aumento ao processo de contenção da inflação no país. No entanto, tal teoria carece de sustentação lógica. Na prática, essa política é ineficaz e só amplia ainda mais a dívida pública, que por sua vez passa a exigir cada vez mais uma enorme carga de empréstimos para novamente financiá-la, estabelecendo um círculo vicioso que só tende a se tornar cada vez maior.
O novo aumento de juros se torna ainda mais grave pelo fato de a presidenta Dilma Rousseff ter barrado, há poucas semanas, um reajuste mais digno para o salário mínimo. Somadas, essas duas posições escancaram um projeto de governo que não foi o escolhido pelo povo brasileiro nas urnas. Pior do que isso, suas consequências certamente se refletirão negativamente no crescimento da economia e no projeto de desenvolvimento necessário para o Brasil.
Fonte: Portal CTB, com alterações