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Em entrevista ao portal R7, o deputado Nelson Marchezan Jr. comentou reajustes salariais dos parlamentares.

Câmara abre as portas para deputados novatos
Jean Wyllys, Marchezan Jr. e Imbassahy levaram a família para conhecer local de trabalho

A Câmara dos Deputados abriu as portas neste domingo (30) para receber alguns parlamentares de primeira viagem em uma visita guiada às dependências da Casa. Às vésperas da posse e da eleição da mesa diretora, que ocorrerão na terça-feira (1), os deputados aproveitaram para conhecer – ou relembrar, no caso de alguns – o Salão Verde e o plenário.

Estreante na política, Jean Wyllys (PSOL-RJ) foi o primeiro a chegar à Câmara, acompanhado apenas pela assessora. Notório militante do movimento gay, o deputado já anunciou que pretende disputar uma vaga nas comissões de Direitos Humanos e de Educação

- Antes de ser um militante do movimento gay, eu sou um defensor dos direitos humanos e das liberdades constitucionais. Mas, além disso, quero trabalhar com a Comissão de Educação porque é de lá que partem as diretrizes que darão sustentação a uma revolução educacional que precisamos criar no país.

Jean Wyllys elegeu-se deputado federal com o voto de 13.018 eleitores. Acabou alçado ao Congresso pela votação do deputado Chico Alencar, que recebeu mais de 240 mil votos. Questionado sobre o que achava das propostas de reforma política que devem ser discutidas pelos deputados nessa legislatura, Wyllys criticou os seus críticos e disse concordar com a plataforma do seu partido.

- As pessoas que me criticam por isso são ignorantes e desconhecem o sistema eleitoral do país. Como deputado do PSOL, vou defender o que meu partido acredita ser melhor para o Brasil. No contexto da reforma política, defendo o financiamento público de campanha, o voto em listas e a candidatura avulsa, apesar de ela não ser um consenso dentro do PSOL.

Durante a visita, o novo deputado mostrou que está a par da cultura que recheia a Casa com obras de arte, como a escultura Anjo, de Alfredo Ceschiatti. Jean Wyllys indagou à guia se era verdade que a obra teria servido de molde para os anjos que ficam pendurados no teto da Catedral de Brasília. De fato, é verdade.

Filho de peixe

Mas se Wyllys mostrava-se curioso com cada canto que conhecia da Câmara, o mesmo não pode ser dito de Nelson Marchezan Jr. (PSDB-RS). Filho do falecido deputado Nelson Marchezan, que chegou a ser presidente da Câmara, Marchezan Jr. tinha um olhar mais de recordação dos anos que passou por ali.

- Morei em Brasília por mais de dez anos. Lembro do meu pai na tribuna e eu brincando de escorregar no plenário. É claro que agora tem toda uma simbologia nova, tenho orgulho do trabalho dele, da história dele. E isso me faz chegar com ainda mais vontade de trabalhar para melhorar a vida do nosso povo.

Acompanhado da mulher, a ex-vereadora Nadine Dubal, e do filho, Nelson Marchezan Neto, o deputado, que é advogado por formação e pretende disputar um lugar na Comissão de Constituição e Justiça, impõe logo de cara um discurso a favor da transparência dos gastos públicos e não se importa em criar polêmicas antes mesmo da posse.

- O setor público não é público e nem as corporações públicas querem que seja. Os salários dos deputados brasileiros são os mais altos do mundo e isso não é mostrado porque escondem todos os penduricalhos. O que chama mais atenção nisso é que o Judiciário e o Ministério Público não estão nem aí porque são frouxos com os deputados. Os aumentos deles passam por aqui, então acaba virando uma troca de favores entre instituições.

Oposição

Discreto, Antonio Imbassahy (PSDB-BA) estava mais às voltas com as brincadeiras de seu neto. Político experiente que já governou Salvador por duas vezes, foi governador interino da Bahia e estava ocupando uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado, Imbassahy ainda está sem saber onde vai morar durante os próximos quatro anos. Já colocou seu nome na lista de espera por um apartamento funcional, mas como a burocracia é grande já tratou de alugar um flat na região central de Brasília, onde vai morar com a mulher, Márcia.

Ainda novo no ninho tucano, para onde partiu em 2005 após sair do antigo PFL rompido com a família Magalhães, Imbassahy já adotou o discurso de oposição que começou a ser desenhado na reunião do PDSB, realizada na quinta-feira (27).

- O que vejo por aqui é uma maioria expressiva que apóia o governo Mas maiorias muito grandes são difíceis de manobrar. De qualquer forma, desejamos o sucesso da presidente, mas não vamos descuidar dos problemas que eles [os governistas] criarem.
 

Fonte: R7